As saudades que eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta quanto eu.
Meu deus como é bom morar
Modesto primeiro andar
A contar vindo do céu.
A Minha Casinha dos Xutos e Pontapés é conhecida por toda a gente, mas será que é um original da banda liderada por Tim?
A resposta é: NÃO
O que a maioria das pessoas não sabe é que esta é uma versão de uma canção que ficou conhecida após ser interpretada por Milú, Luisinha, em O Costa do Castelo de Arthur Duarte. A canção é da autoria de Silva Tavares e música de António Melo.

A sua carreira começou muito cedo actuando em emissões radiofónicas e o seu nome artístico chamou desde logo a atenção da Emissora Nacional.
Aos 12 anos estreou-se simultaneamente no teatro e no cinema, com uma breve participação no filme A Aldeia da Roupa Branca (1939), de Chianca de Garcia, ao lado de Beatriz Costa.
A sua popularidade leva o realizador Arthur Duarte convidá-la, em 1943, para protagonizar O Costa do Castelo que se transformou num êxito, designadamente a canção Cantiga da rua, que interpretava ao lado de A minha casinha.
Nesse mesmo ano parte para Espanha onde filma "Doce lunas de miel" de Ladislao Vajda, ao lado de grandes nomes do cinema espanhol. No final do ano casa-se e para grande desilusão corre a notícia do fim da sua carreira. Porém ao fim de poucos anos voltas às telas de cinema em O Leão da Estrela em 1947.

Trabalhou em filmes como A Volta de José do Telhado (1949), O Grande Elias (1950), Os Três da Vida Airada (1952), Dois Dias no Paraíso (1958), O Diabo Era Outro (1969) e Kilas, o Mau da Fita (1981).
No teatro foi a revista que a fez primeira figura nos palcos e assim foi até ao fim da década de 60.
Nos últimos anos da sua vida perdeu a visão e morreu no dia 5 de Novembro de 2008, em Cascais, vítima de problemas respiratórios.
A sua voz imortalizou músicas como Cantiga da Rua e A Minha Casinha.
A Minha Casinha
Que saudades eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta como eu
Como é bom meu Deus morar
Assim num primeiro andar
A contar vindo do céu
O meu quarto lembra um ninho
E o seu tecto é tão baixinho
Que eu ao ir p’ra me deitar
Abro a porta em tom discreto
Digo sempre senhor tecto
Por favor deixe-me entrar
Tudo podem ter os nobres
Ou os ricos de algum dia
Mas quase sempre o lar dos pobres …
Tem mais alegria
De manhã salto da cama
E ao som dos pregões de Alfama
Trato de me levantar
Porque o Sol meu namorado
Rompe as frestas do telhado
E a sorrir vem me acordar
Corro então toda ladina
Minha casa pequenina
Bem dizendo o solo cristão
Deitar cedo e cedo erguer
Dá saúde e faz crescer
Diz o povo e tem razão
Na década de 80, os Xutos e Pontapés deram uma nova vida a esta música histórica, trazendo-a para o seu estilo musica.
A versão dos Xutos fez e continua a fazer sucesso e é impossível ficar indiferente à sua energia contagiante contrariamente à versão original.
Espero que tenham gostado e dançado agora neste final :P
Beijinhos e nunca deixem de ser curiosos
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