domingo, 25 de agosto de 2013

Desafio "Um livro por mês" (3)

A minha história com Bob


   Olá! Espero já ter convencido algum leitor do Jornal da Banda e ler um livro. Tenho escolhido livros pequenos, com histórias do dia-a-dia e este mês decidi continuar com as leituras "soft" ... Acho que vou deixar os clássicos e os "calhamaços" para o inverno!!


  Este mês escolhi o livro A minha história com Bob, de James Bowen. É uma história simples, com uma narrativa muito acessível e não precisa da concentração de um clássico ou um livro mais complicado.

Sinopse:
Quando James Bowen encontra um gato alaranjado no prédio onde vive, não faz ideia do quanto a sua vida irá mudar. Lutando por sobreviver como músico de rua na cidade de Londres, a última coisa de que precisa é um animal de estimação. No entanto, incapaz de resistir ao animal doente, acolhe-o em sua casa. Quando Bob recupera a saúde, James deixa-o à porta do prédio, imaginando que nunca mais o voltará a ver. Todavia, Bob tinha outros planos. Dentro de pouco tempo, os dois tornam-se inseparáveis e as muitas aventuras que irão viver transformarão para sempre as suas vidas, curando lentamente as cicatrizes do passado atribulado de ambos. Esta é a história de uma amizade improvável e de como um gato vadio irá ajudar um homem a recuperar a sua autoestima e dar-lhe uma nova esperança quando o resto do mundo lhe parecia ter fechado as portas.

  Ao contrário do que estava a espera a historia do Bob e o próprio gato não me entusiasmaram muito. Foi a transformação da vida de James a forma como ele a conta que me levou a gostar do livro... entrei na mente do James e o Bob sempre foi personagem secundária para mim.
  Este livro levou-me a reflectir um pouco sobre a importância que damos aos outros. O mundo da toxicodependência, dos sem-abrigo, pedintes, pessoas sem rumo, sem esperança.. Há quem queira mudar, mas a nossa atitude é quase sempre negativa e por vezes é o nosso desprezo e preconceito que não os deixa dar a volta a situação... gosto que ler histórias reais de sucesso e sinto sempre alguma simpatia por estas pessoas que dão a volta a sua vida. ( Acho que ando muito sensível :) )

  Opinião no Jornal...

  O livro: 
  Este é um livro que fala de oportunidades, de mudança, de esperança. James encontra Bob ferido e decide cuidar dele. Bob acaba por mudar completamente a vida de James. O seu mundo que até ai tinha sido a preto e branco começa aos poucos a ganhar cor. Não posso contar o que se passou concretamente, pois assim ia estragar a história e revelar tudo, mas posso adiantar que a relação dos dois é muito ternurenta, o amor e dedicação que James revela por Bob é enternecedora e quando ele fala das proezas do seu novo amigo dá mesmo vontade de querer um gatinho também. 

  Depois tem um lado mais sério, ele fala do seu percurso de vida, como se tornou sem abrigo e toxicodependente. Mostra-nos como é difícil o mundo da rua e como é complicado dar a volta a situação e lidar com o desprezo e preconceito de quem se cruza com ele. Confesso que dei por mim a refletir sobre isso. Sobre a dignidade humana. Como somos injustos com algumas pessoas, que no fundo só querem mudar e nós só atrapalhamos… essas são as lições! 

Todos nós temos direito a uma segunda oportunidade e James descobriu a sua com Bob. 

“ A princípio fora um choque, mas já me tinha começado a adaptar a isso. Na verdade, agradava-me. Sabia que parecia uma tolice para muita gente, mas pela primeira vez na vida tinha uma ideia do que era cuidar de uma criança. Bob era o meu bebé e certificar-me que ele estava quente, bem alimentado e em segurança era muito gratificante. E também assustador. “


Até a próxima e boas leituras!!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Fox Trot - Uma família doida como tantas outras!!

FoxTrot é uma tira de banda desenhada criada em 1988 pelo cartoonista americano Bill Amend.





   Nos Estados Unidos as tiras começaram a ser publicadas diariamente num jornal e mais tarde em livros. Em Portugal os livros começaram a ser lançados pela Gradiva Publicações em 1998.
   O meu irmão na altura foi comprando a colecção e até eu me rendi a esta família. Muito ri a conta deles.

   A Família Fox é uma típica família americana, a mãe Andy, o pai Roger, o filho mais velho Peter, a filha Paige e o filho mais novo ( a minha personagem favorita) Jason. Não posso deixar para trás a iguana Quincy, do Jason. 
   Acho que quem tem irmãos se vai rever algumas vezes nas peripécias desta família. Jason Fox é o marrão da família, cheio de sentido de humor, tem um amigo assim como ele e passam a vida a conspirar e a fazer novas invenções. Um dos seus passatempos favoritos é chatear a irmã, só para se rir um pouco... é muito bom :)  

  Já a algum tempo que não leio estes livros e quem me pediu para falar deles foi o meu filho. Como era de esperar também gostou desta família, principalmente do Jason e da sua iguana. Quem não gosta nada de Quincy é a Paige que passa a vida a assustar-se e a fugir dela.

  Apresento a tira que o conquistou... acho que ele também pensou o mesmo que o Jason..


  São muitas as histórias que podia falar. Para além do dia a dia da família a BD acompanha a actualidade e de vez em quando aparecem por lá algumas personagens ou cenas de filmes, normalmente estes por imaginação ou invenções do Jason. 
  
  Pelo que me apercebo estes livros não são muito populares em Portugal mas é a colecção que qualquer adolescente ( e não só) bem disposto devia ler. Recomendo.

  Podem comprar os livros on-line, talvez essa seja a forma mais fácil ou então acompanhar no site http://www.foxtrot.com.


    "Pequeno aparte" 

   Os livros de banda desenhada são um grande incentivo para as crianças começarem a ter gosto em ler. Pelo menos com o meu filho funcionou. No inicio duvido que ele se concentrasse e entendesse as piadas, algumas vezes ele pedia para eu explicar ou ler para ele mas assim que entendeu como se lia não largou mais estes livros. O primeiro livro que ele leu foi um do Dragon Ball, provavelmente entendia a história pelos desenhos mas era uma delicia vê-lo andar para todo o lado com o livro. Ofereçam livros as vossas crianças, elas gostam e só lhes faz bem, alimenta a imaginação e a personalidades delas.


   

  

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Sinto saudades

   Porque hoje estou nostálgica porque hoje penso em ti, em vós, em mim, em nós e em tudo, em nada... porque sinto falta do que tive e do que não vivi, do que vivi sem ter... porque tudo o que amei me encheu a alma de vida e de vazios... vazios que ocupam lugar na memória que o relógio não faz esquecer... nada pode fazer esquecer o que o tempo nos levou... levou e trouxe em saudade... saudade que quando já não doí, traz sorrisos e amor... amor que ocupa, que enche e preenche... amor que não vai, fica comigo... para sempre 

    Até de ti Clarice, tenho saudade... sem te conhecer direito, já me tocaste com a tua alma.. tu entendes-me tão bem, descreves os meus pensamentos quando não sou capaz.. tens sempre resposta para mim...


Saudades

"Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência..."
Clarice Lispector



quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Breve resumo do que li nas ultimas semanas

   É irónico ter criado um blogue para falar de livros, justamente no mês que li menos (preguiça mesmo)... 
   Imaginava eu por estes dias falar das leituras de julho ma apenas li O Pequeno Herói do Dostoievski. Comecei a ler o Alice no país das Maravilhas de Lewis Carroll, que só hoje terminei de ler.
  Este mês já li A minha história com BOB, de James Bowen, e Talvez um anjo, de Filipa Sáragga.
      
   Como o trabalho tem sido muito por estes dias não tenho conseguido parar muito tempo no computador, assim que dê falo com mais detalhe dos livros. 

   Alice levava-me para o pais dos sonhos, não sei se era a história ou o livro estava encantado, o que é certo é que assim que pegava nele dava-me sono e acabava por adormecer, o Diogo já brincava com a situação. Li o livro aos poucos e só terminei por teimosia, ao contrário do que esperava não me prendeu. 

  Já o Bob fez-me ter vontade de ter um gatinho, gostei de ler e fez-me reflectir sobre a dignidade humana, por vezes destruímos só pelo simples facto de ignorar ou julgar  pelas aparências. No fundo o que temos de mais importante são os laços que criamos com os outros, neste caso a amizade de James por Bob, serviu de inspiração para ele mudar o rumo da sua vida. É um livro para descontrair, mas que me deixou a pensar algumas vezes na minha atitude com os outros. Interessei-me mais pela história do James do que do seu gato. Vou falar depois deste livro e partilhar no Jornal da banda  em "Um livro por mês". 

  Talvez um anjo, é um livro bonito, adoro a capa, tem ilustrações muito boas, mas quanto ao conteúdo de certa forma desiludiu-me um pouco lá pelo meio. O livro fala-nos de Maria, uma menina que sofreu de cancro, mas uma menina muito especial, que aguentava as suas dores com muita coragem, que dava força a todos os que se cruzavam com ela, com um coração enorme, generoso e muito feliz apesar da sua situação. Fiquei confusa e ainda não sei bem o que dizer... se calhar é apenas falta de Fé, não sei, talvez seja demasiado cética para acreditar ou me comover com algumas impressões ... Maria era e continua a ser uma inspiração para todos e não duvido que é um anjo, mas pelas suas atitudes com os outros e a forma corajosa com que lidou com a doença até aos últimos dias.  
   Assim que me passe a birra falo com mais detalhes sobre o livro :)


  Resumindo: 

Julho



"Assemelham-se (...), aos desgovernados que conseguem enganar os outros tantas e tão variadas vezes, que eles próprios chegam a acreditar que tudo aquilo, que dizem, fazem ou deixam de fazer, tem a sua razão de ser. 
(...) 
Em resumo: um herói semelhante não passa no fim  de contas, duma bola colossal, inchada ao máximo  cheia de sentenças, frases em moda e provérbios"

( partes da descrição da personalidade do marido de Madame M, que eu achei brilhante)




Agosto




“ A princípio fora um choque, mas já me tinha começado a adaptar a isso. Na verdade, agradava-me. Sabia que parecia uma tolice para muita gente, mas pela primeira vez na vida tinha uma ideia do que era cuidar de uma criança. Bob era o meu bebé e certificar-me que ele estava quente, bem alimentado e em segurança era muito gratificante. E também assustador. “






"" Mas não vale a pena, agora, fingir que sou duas pessoas" pensava Alice, " pois já pouco resta de mim que dê para fazer uma pessoa que se veja!" 

(...) Vai ser uma coisa bem estranha, com certeza! mas hoje tudo está tão estranho! 

(...) nós aqui somos todos malucos. Eu sou maluco, tu és maluca. "



" Para atingir este grau de sabedoria é preciso sofrer, é preciso cair. Ninguém o atinge sem humildade nem provações. Talvez a Maria tenha conquistado essa felicidade tão rapidamente, e sem que nós a conseguíssemos entender, pelo tanto que sofreu e pelo seu esforço constante para voltar ao caminho."

" A fragilidade atraía-a e, como se levar amor fosse o seu chamamento, despreocupava-se em relação a tudo o que não fosse essencial. "






   Espero que este mês seja mais produtivo. Para já vou começar hoje mesmo a ler o
O Segredo de Compostela. Grande expectativa!! 

  Até a Próxima e podem comentar é sempre bom discutir pontos de vista!!! :)