quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Opinião - Histórias Amorais para Crianças e Animais de João Diogo Zagalo


Sinopse: O Autor divide os seus contos em 5 temáticas diferentes (histórias de amor; histórias de trabalho; fait-divers; mini peças de teatro; histórias baseadas no imaginário popular). Mas tal como explica no Prefácio da Obra, estes Universos, todos povoados por personagens bizarros, interligam-se. Podemos, por exemplo, assistir a uma história de amor sobre um homem sem pescoço, ou uma história de trabalho onde a nova contratação da empresa é um funcionário invisível e mudo, que todos suspeitam nem sequer existir…

Tal como a sinopse indica, este é um livro de contos.
Não! Não são histórias para crianças e arriscaria até dizer que alguns contos só serão entendidos por pessoas maduras pela carga irónica. Para quem não entende é apenas mais uma história estranha.
Podem conhecer um dos contos aqui, numa publicação que fiz para dar a conhecer o livro.

No geral gostei bastante do livro.
Começo a gostar destas antologias que me transportam para mundos habitados por seres estranhos, com histórias ainda mais estranhas. Não gostei de todos o contos, talvez por não compreende-los, mas não ficava muito tempo a pensar e seguia para outro. 
Diverti-me a ler este livro e quem tem um dia livre pode perfeitamente lê-lo até ao fim. 

Neste livro podemos encontrar um Pinóquio explorado pelo pai adoptivo, uma carta ao menino jesus escrita por um advogado (genial conclusão), um Drácula que encontra no facebook um novo sentido para a vida, um artista esfomeado e várias conversas e comportamentos sem sentido algum, bizarras e que todos nós temos de vez em quando sem pensar muito nisso (a sátira).
Foi uma leitura agradável, que não esperava fazer tão cedo, mas estas ilustrações convidavam-me a toda hora.

Parece-me uma boa leitura para o Halloween :D
Já alguém leu?

beijinho

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Férias a passear 2# - São Romão e Alvoco da Serra

Olá!

Aproveito mais um pausa no trabalho para dar a conhecer mais uns locais que visitei nas minhas férias. Já falei da minha visita a Guarda e Belmonte e hoje venho falar de duas terras do concelho de Seia, distrito da Guarda.

No segundo dia de férias decidimos não ir muito longe, só tínhamos a tarde para passear e o céu estava carregado de nuvens, prontas a desfazer a qualquer momento.
Decidimos portanto fazer uma visita rápida à família que mora em S.Romão, Seia, aproveitar para fazer geocaching e levar o pirata a conhecer um Quartel dos Bombeiros, sonho de a muito tempo.

São Romão fica a cerca de 45min de viagem, e muitas curvas, muitas mesmo. 
Almoço tratado, Gps na bolsa, lancheira cheia e fizemo-nos a estrada. 


Sempre que vou para aqueles lados da serra gosto de pensar que piso as mesmas terras que Viriato terá pisado. :)


São Romão (já fui tão feliz ali...) - São Romão é uma vila do concelho de Seia, considerada mesmo a mais rica do município, em recursos naturais e em termos Patrimoniais, situada na imensa Serra da Estrela, numa região de bonitas paisagens naturais, onde nasce o rio Cobrão. 
A vila tem origens bem antigas, como se pode observar nos vestígios do seu Castro bem anterior à nacionalidade, que terá dado origem ao desenvolvimento da povoação original, e o “Buraco da Moira”, um sítio arqueológico cuja ocupação remonta ao Período Calcolítico (cerca de1200 a.C.). 
São Romão chegou, inclusivamente, a ser sede de concelho no século XVIII, mas foi perdendo importância administrativa. 
A indústria de lanifícios foi, durante mais de duzentos anos, a principal fonte de subsistência da população, repartindo-se entre a actividade agrícola e hoje em dia, noutras indústrias em profuso desenvolvimento, destacando-se a produção do afamado Queijo da Serra da Estrela. 
Em São Romão vale a pena conhecer a Igreja Matriz, a Capela do Santo Cristo, o Santuário de Nossa Senhora do Desterro, de onde se avista a curiosa “Cabeça da Velha” e o interessante Museu de Arte Sacra 
A paisagem circundante é de grande beleza, como se pode avistar do alto Senhor do Calvário e Moita, com uma vista de fazer perder a respiração, ou no já referido lugar da Senhora do Desterro, nas margens do fabuloso Rio Alva, onde se situa o Museu Nacional da Electricidade e a agradável Praia Fluvial.              (texto retir de pagina do facebook)


No passado dia 21 de setembro, São Romão comemorou os 500 anos do Foral Manuelino. Segundo o meu Tio contou, aquela vila teve grande importância histórica e chegou a ser sede de concelho, mas uma noite foi "vendida" a Seia a esta passou a ser a sede. Sempre ouvi falar da rivalidade das duas terras o que achava natural pois são vizinhas, mas pelos vistos é uma rivalidade com tradição.

Não conhecia este dado histórico, nem o passado da vila de S.Romão. 
Esta comemoração despertou-me para esse facto e na próxima visita vou querer conhecer todos os locais marcantes. Já passei lá bons momentos e sempre gostei da vila mas saber destes dados tão importantes dá-me mais vontade de voltar e descobrir todo esse passado. 
Segundo a W. Viriato de 147 a 139 a. C. , fez do "Crasto" uma das suas bases estratégicas na luta contra os Romanos. ( ;) )


Depois de um lanche, com uma magnifica paisagem e um céu carregado de chuva seguimos caminho para Alvoco da Serra, aldeia pela qual já tínhamos passado, mas deixamos a visita para o retorno a casa. 

Alvoco da Serra- Freguesia portuguesa do concelho de Seia constituída por cinco localidades: Alvoco da Serra (sede da freguesia), Outeiro da Vinha, Vasco Esteves de Baixo, Vasco Esteves de Cima e Aguincho. Recebeu foral de D. Manuel I em 17 de Fevereiro de 1514, como concelho. Titulo que manteve até 1836. Passou a pertencer ao concelho de Loriga. Actualmente integram o concelho de Seia.

De Alvoco conhecia apenas as paisagens, passei vezes sem conta pela estrada, fiz geocaching nas imediações da aldeia e sempre achei uma terra muito bonita com paisagens fantásticas. A ultima visita que tinha feito, foi na altura do Outono e senti-me no paraíso. Sem exagero, adoro este lado da Serra da Estrela e nunca esquecerei essa visita. 
 

Como já referi o que conhecia de Alvoco eram algumas paisagens e a estrada, nunca tinha descido a aldeia. 
O que lá encontrei deixou-se espantada. Para além de muito bem cuidada, contem vestígios judaicos. Sei que tem vestígios românicos, mas desconhecia de todo que por aqui se tinham fixado judeus. 
Este dado vai "obrigar-me" a uma grande pesquisa e posteriormente, uma longa visita de estudo. 

(Acho que vou ter de juntar "professor de história", à minha lista de Amizades que preciso fazer, pois certamente me darão um jeitaço)  

Acho que já me estou a alongar muito, mas antes de terminar quero aconselhar toda a gente a fazer Geocaching. Parece estranho para alguns andar a procura de caixas perdidas mas se não fosse esse jogo eu nunca descobriria locais como estes que venho falando. Não conheceria a sua história, os seus locais de relevo, os habitantes e muitas nem tinha visitado. O geocaching mudou completamente o meu conceito de passear. Estou mais atenta, mais curiosa, mais culta e mais feliz. 

No caso desta aldeia, descemos à povoação para retirar alguns dados para duas multi-cache. Abençoadas, que nos mandaram depois para sítios perdidos nos montes. Terei de fazer essas caminhadas um dia destes. 

Fica o registo fotográfico.   


E uma recuperação bastante original.
Ainda pensei tratar-se de uma casa museu mas é simplesmente uma casa recuperada por um habitante com gosto na tradição. Gostei muito! 

  

Espero que tenham gostado e ficado com vontade de visitar. 
Esta zona da Serra da Estrela é muito bonita e espera pela vossa visita. Pesquisem e conheçam Loriga, a aldeia que separa esta duas que falei. É também digna de visita, riquíssima a nível histórico e paisagístico. 

Obrigado por lerem até ao fim. Acreditem que deixei muito por falar e o que conheço é mínimo. 
Em breve volto para vos falar de uma aldeia de xisto!

Beijinhos

sábado, 20 de setembro de 2014

Opinião - A Vos dos Deuses de João Aguiar

Olá.

Trago-vos um livro que li no inicio do verão e adorei. Na altura não escrevi a minha opinião, mas este livro merece que fale acerca dele. Uma história envolvente, com personagens inspiradoras e muito bem escrito por João Aguiar.


Sinopse:
A Voz dos Deuses é já um clássico do romance histórico português contemporâneo. Uma leitura apaixonante que nos dá a conhecer a história de Viriato, um dos construtores da realidade ibérica. 

Em 147 a.C., alguns milhares de guerrilheiros lusitanos encontram-se cercados pelas tropas do pretor Caio Vetílio. Em princípio, trata-se apenas de mais um episódio da guerra que a República Romana trava há longos anos para se apoderar da Península Ibérica. Mas os Lusitanos, acossados pelo inimigo, elegem um dos seus e entregam-lhe o comando supremo. Esse homem, que durante sete anos vai ser o pesadelo de Roma, chama-se Viriato. 
Entre 147 e 139, ano em que foi assassinado, Viriato derrotou sucessivos exércitos romanos, levou à revolta grande parte dos povos ibéricos e foi o responsável pelo início da célebre Guerra de Numância. 
Viriato foi um verdadeiro génio militar, político e diplomático. Mas, sobretudo, Viriato foi o defensor de um mundo que morria asfixiado pelo poderio romano: o mundo em que mergulham as raízes mais profundas de Portugal e de Espanha. É esse mundo, já então em declínio, que este livro tenta evocar. 
Aquando do seu aparecimento, em 1984, Fernando Assis Pacheco escreveu serem raras as estreias com tanta qualidade. Depois disso, A Voz dos Deuses, ao longo de sucessivas edições, tornou-se um "clássico" do romance histórico português contemporâneo. 
A presente edição surge pela primeira vez ilustrada, com desenhos de Vasco Lopes.

Antes de falar deste romance histórico tenho de dizer que João Aguiar me provocou logo nas primeiras páginas, destruindo parte da minha infância.
Ouvi falar de Viriato bem cedo na escola-primária. Ensinaram-me que este herói cresceu na Serra da Estrela, possivelmente para os lado de Loriga. Mais tarde lutou contra os romanos e como conhecia muito bem o terreno conseguiu ganhar várias batalhas. Fantástico!! Para uma criança como eu, criada na encosta de Serra da Estrela e a meia hora de Loriga foi uma grande descoberta. Um herói português serrano. Fiquei logo fã. Não ligava muito a história mas dizia com grande orgulho, Viriato é meu vizinho! Apesar de associado a Viseu fiquei sempre com a ideia que era serrano.
João Aguiar logo ao início do livro adverte "(...) Viriato não nasceu nos Hermínios (ou seja. a serra da Estrela)(...)". Pronto, e assim o meu herói caiu do cavalo...

A Voz dos Deuses é seguramente um dos livros que mais gostei de ler até hoje. É um romance histórico muito bem escrito, de forma simples e bonita. Consegui sentir-me naqueles cenários todos, nos templos, nos campos de batalha... Apesar de nos contar as batalhas de Viriato, não as descreve com grande pormenor, centra-se mais nas estratégias e para quem não gosta de descrições muito exaustivas é óptimo.
A história é narrado por Tongio, sacerdote no tempo do grande deus Endovélico. Tongio, por quem senti uma grande empatia desde o inicio, conta a sua história de vida; origens, infância, descobertas e a dado momento, como o seu destino cruza-se com o de Viriato, o grande herói lusitano e pesadelo dos romanos. É a partir daí que começamos a conhecer os grandes feitos deste herói.
É com estas memórias que Tongio nos transporta para aquela época, que conheço muito pouco, confesso, mas gostei muito.
O livro termina muito bem. Não sei explicar mas as ultimas páginas fizeram-me sentir uma leveza tão grande, mexeu comigo e senti-me bem.
Vou reler um dia, tenho a certeza.
No final também descobri a origem de uma expressão popular conhecida, que não fazia ideia que estava ligada à história de Viriato. Não sei se assim reza a lenda ou o autor adaptou, mas faz todo o sentido.

Este é um livro mais do que recomendado!!!

"Está ainda bem viva a memória da batalha travada nas proximidades de Tríbola. Muitos homens com quem tenho falado, ao saberem que fui um dos combatentes, olham para mim com um respeito quase religioso: sem dar por isso, passei a fazer parte de uma lenda heróica."

Seria tão mais interessante se os livros de história nos cantassem histórias assim.

Boas leituras


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O Engenho dos Sonhos - Antologia de Contos Fantásticos de Carina Portugal

Olá!!

Acabei hoje de ler um livro que me agarrou até as últimas páginas. 
Há autores portugueses de qualidade em Portugal. Percam tempo a ler autores portugueses. Certamente, não irão gostar de todos, mas os bons, esses, ajudem-nos a crescer, lendo e divulgando as suas obras.

Hoje venho falar de uma autora que me tem surpreendido muito pela positiva. Já tinha lido Duas Gotas de Sangue e um Corpo para a Eternidade, que podem conhecer melhor aqui.
Gostei muito desse conto e despertou-me a vontade de ler outros contos da mesma autora e não só. 
Falo de Carina Portugal, que escreveu e muito bem esta Antologia.
Sinopse:
Esta é uma antologia onde se pode passear pela imaginação e por novos e antigos mundos, conhecer personagens que nos levam mais além e partir à descoberta do desconhecido. Há quem já tenha lido alguns destes contos, contudo fica o convite para lerem os que estão por conhecer.
Tenho de começar por falar desta capa. Adoro a ilustração!! Cada vez que olho descubro um novo pormenor, é fantástica.
Quanto aos contos, posso dizer que os primeiros estranhei um pouco, é possível que não tenha entendido bem algum, mas depois de ler O Cais do Poeta, esbugalhei os olhos, abri a minha mente e deliciei-me com os contos.
Gosto muito da escrita de Carina, mistura o fantástico, o real, o medo e o humor, ironia... Nota-se a entrega em cada palavra e o cuidado com os pormenores. Sem dúvida é uma autora que vou seguir atentamente.
Não consigo dizer qual o meu conto favorito, mas Pele de Escrava achei genial. Muito bem escrito, é uma história que prende e li num fôlego, para no fim parar e dizer "Espectacular!! :)".
Outros contos que gostei muito, Frio, cada vez mais frio (fiquei triste), Sementes de Fada, Minicontos (muito bom :D ), Pintado a Sangue (de causar arrepios) e o último que fecha este livro Biscoitos de Vida Eterna (irónico e divertido, achei genial).

Parabéns a Carina Portugal por escrever assim e obrigado por disponibilizar gratuitamente esta antologia.
Podem fazer o download gratuito em https://www.smashwords.com/books/view/472429 .
Leiam este livro que não se vão arrepender!!

Espero que gostem tanto como eu.
Beijinho e boas leituras









terça-feira, 16 de setembro de 2014

As Crónicas das Canções do Diabo de Alexandre Colaço

Sinopse: A luta pelo poder na cidade e no deserto é um jogo feroz que traz consequências mortais e deixa um rasto de sangue e destruição por onde passa. Todos querem exercer o seu domínio e tentam-no fazer a qualquer custo.
Quando uma troca combinada corre mal, o responsável pode ser qualquer um. O caos que se gera a seguir é apenas mais um pretexto para uma disputa sombria por vários tipos de poder. Saber quem sobrevive à luta é só um dos muitos condimentos que apimentam e preenchem este mundo de perseguições e mortes.
«As Crónicas das Canções do Diabo» são histórias que se cruzam e que relatam coisas más e ruins que acontecem às pessoas e das quais também elas são alvo. Ninguém está livre do mal que os percorre. As ações que caracterizam esse mal são representadas de uma forma direta e precisa, como uma faca afiada a cortar e a espetar. Quase como se o Diabo estivesse a tocar guitarra com os dedos. A tocar e a cantar blues. Estas são as suas canções.

Este é o tipo de livro que vejo, leio a sinopse e quero logo comprar. 
Foi com grande entusiasmo que comecei a As Crónicas das Canções do Diabo, mas confesso que me foi desiludindo até ao fim.
Acho que estamos perante uma grande ideia, que daria uma boa história, mas o autor não soube passar para fora. Eu achei isso. Sempre que podia ficar interessante, não evoluía. 
Gosto da ideia do deserto perigoso, com grupos rivais entre eles as Queens of Doom, um grupo de mulheres que controlam uma das partes do deserto, sexys e perigosas. Um homem que tem necessidade de matar pessoas. A dona de um bar, sexy, destemida e dominadora que vende um produto de alta qualidade em troca de uma droga para um dos poderosos do deserto controlar o homem psicopata, que lhe faz uns serviços de vez em quando.
Um dia uma troca corre mal, estes três poderes vão cruzar-se e nada volta a ser como era antes.
Como já referi, gostei da ideia do autor e adorava sentir empatia com alguma personagem mas isso nunca aconteceu. O autor quis marcar certos acontecimento e ideias e com isso tornou-se repetitivo em algumas ocasiões. Na minha opinião faltou desenvolver melhor as personagens. Seria interessante entrar um pouco na mente do Cold Blood Killer, o assassino. As Queens of Doom , mulheres fortes do deserto, podiam ser mais trabalhadas. Vi o empenho do autor para passar a ideia das guerreias, sexys e perigosas, mas não me entusiasmaram, as descrições pareceram-me de certa forma forçadas. O big boss, mafioso do deserto, no final tem um comportamento completamente contraditório. Era um homem perigoso e poderoso caramba!! Entre outras coisas.
Não quero com isto dizer que é um mau livro, só não me entusiasmou e dei por mim a querer que tivesse menos páginas e mais conteúdo (no que diz respeito ás personagens principalmente).
Reparei também em alguns erros na escrita. 
Repito, não é um mau livro, lê-se muito bem e para quem está a começar é uma boa aventura.    

Algo que adorei neste livro e para não ficar a e ideia que só vi defeitos, a capa e a contracapa. Como tinha dito a capa conquistou-me logo e tem a ver com o conteúdo. Parabéns a quem desenhou.

Já alguém leu este livro? Gostaria de conhecer outras opiniões e trocar impressões.

Boas leituras

domingo, 14 de setembro de 2014

Apresentando... Histórias Amorais para crianças e animais de João Diogo Zagalo

"FAIT DIVERS DE UMA TARDE OUTONAL


  Maria dos Prazeres abriu-lhe a porta de casa, depois de ter ouvido tocar duas vezes. Manelito nem lhe deu tempo de dizer nada. Entrou com um passo rápido e deu um forte murro a Maria dos Prazeres. Esta caiu no chão, desamparada. Manelito aproveitou para lhe bater com o martelo na cabeça. Provavelmente morreu com a primeira pancada. Depois, o Manelito descansou um pouco, limpou o suor da cara e começou a retirar as facas e a serra de dentro da mala que trazia consigo.
  Começou pela cabeça. Demorou cerca de dois minutos para separá-la do resto do corpo. O pior foi os braços. Teve de usar vários serrotes para os separar do tronco e, depois, para os dividir em várias partes, o antebraço em três bocados, depois as mãos, com cada dedo cortado minuciosamente.
   A seguir, as pernas, os pés, e o resto do tronco.
  Passado umas horas, Manelito conseguiu dividir o corpo em 200 bocados pequenos, que colocou em sacos térmicos.
  A seguir entregou-se à polícia.
  No julgamento, o juiz perguntou-lhe:
  - Senhor Manuel, porque é que fez isto?
  Ao que Manuel respondeu, com um toque de resignação:
  -Senhor Doutor Juiz, no fundo, sou um desmancha-prazeres."



São pequenas histórias como esta que podemos encontrar neste livro, que espero que seja tão espectacular como a edição.


Ouvi esta história contada pelo próprio autor num programa de rádio, Alvinex. Não sei se este programa ainda existe. Tenho alguns programas em podcast no PC e foi a ouvir mais uma vez todos os programas guardados que redescobri este livro. Desta vez não caiu em esquecimento e assim que cheguei a casa juntei logo ao carrinho de compras da Wook.

Estou muito desejosa de ler e vai certamente passar a frente de outro na lista. 
Alguém conhece este autor e o livro? Ficaram com vontade de ler? Eu fiquei

beijinho

Férias a passear #1 - Guarda e Belmonte

Cinco dias, quatro passeios e muita animação.

Após um ano de espera por umas merecidas férias, heis que o São Pedro me decide presentear com muitas nuvens e possibilidade de chuva. 
Ao inicio confesso que fiquei um pouco frustrada, pois tinha intenção de ir até a praia, mas acabei por ter umas férias bastante produtivas e divertidas.
Para quem ainda não sabe, pratico geocaching com os meus irmãos. Vontade de passear não nos falta e se podermos juntar a isso cultura geral e caça ao tesouro, melhor.

No primeiro dia de férias resolvemos ir almoçar a cidade da Guarda e na volta visitar o castelo de Belmonte. Nesse dia, por acaso não andamos a "caça". Acabamos por perder sempre algum tempo com as buscas e queríamos apenas relaxar.

Guarda, sede de distrito, é a cidade mais alta de Portugal, e é conhecida como «A cidade dos 5 F's»

1- Forte: a torre do castelo, as muralhas e a posição geográfica demonstram a sua força;
2- Farta: devido à riqueza do vale do Mondego
3- Fria: a proximidade à Serra da Estrela explica este F;
4- Fiel: porque Álvaro Gil Cabral – que foi Alcaide-Mor do Castelo da Guarda e trisavô de Pedro Álvares Cabral – recusou entregar as chaves da cidade ao Rei de Castela durante a crise de 1383-85. Teve ainda Fôlego para combater na batalha de Aljubarrota e tomar assento nas Cortes de 1385 onde elegeu o Mestre de Avis (D. João I) como Rei;
5- Formosa: pela sua natural beleza.


A nossa visita desta vez ficou apenas pelo Shoping onde almoçamos, pela Egitana Musical, uma loja de musica onde fui muito bem atendida, o Castelo, a Sé e a Goodbuy Guarda, uma loja de artigos em usados e criativos.

Já conhecia a Goodbuy Guarda, através do facebook e tinha bastante curiosidade em conhecer a loja física. Fiquei surpreendida com a variedade de artigos que vendem. Móveis reciclados, jogos, material escolar, roupa, bijuteria... e livros. Muitos livros!! 
Já tinha trocado algumas mensagens no facebook por causa de livros da Mafalda. Tenho apenas um e gostava de comprar mais. Foi engraçado ser abordada na loja "É você a menina da Mafalda?" ^.^ . Tembém me garantiram ter já arranjado uma fornecedora de livros e assim que os tivessem na loja entravam em contacto comigo. Espectacular!!!! Muito bem recebida nesta loja, diferente, dinâmica, profissional  e que costuma marcar presença nas feiras de antiguidades na Guarda. 


 Espreitem lá no facebook https://www.facebook.com/goodbuyguarda

Depois de muito bem recebida pelas gentes da Guarda e com o lanche tomado a beira da Sé, seguimos caminho para casa com uma visita ao castelo de Belmonte.

Belmonte, berço do navegador Pedro Alvares Cabral é uma vila do distrito de Castelo Branco com forte presença Judaica. 

O castelo de Belmonte é medieval e as primeiras notícias históricas datam do reinado de D. Afonso Henriques (1112-1185). Comparativamente a alguns castelos que já visitei, este aparentemente encontra-se em bom estado. Já tinha visitado durante uma feira medieval que acontece todos os anos em meados de Agosto, mas nesta pequena visita encontrava-se fechado. 
Ficámos pela vista das muralhas e das casas em seu redor. Gostámos muito deste local.


Chegamos a Belmonte perto da hora do pôr do sol, o que nos proporcionou belas imagens do céu, incluindo o Parélio ou Sun Dog. 

Para quem não sabe, by W: Um parélio é uma mancha brilhante comum em um halo solar.



É um fenómeno óptico atmosférico associado principalmente com a reflexão e refração da luz solar por pequenos cristais de gelo provenientes de nuvens cirrus ou cirrostratus. Frequentemente, dois parélios podem ser observados (um de cada lado do sol) simultaneamente.

E começou assim a minha semana de férias, um belo passeio a norte de casa com um por do sol fantástico.

Espero que tenham gostado. Não foi fácil seleccionas as fotografias mas gostei do resultado ;)
Beijinhos



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Até a Lua se vestiu a rigor para a festa

Olá, tudo bem?

Não vou dar mais desculpas para justificar a minha ausência... tenho andado por aí :P

Finalmente estou de férias e agora, espero eu, com mais tempo para escrever.
Hoje quero partilhar convosco algo que abrilhantou o meu fim de semana. Todos os anos no primeiro domingo de Setembro, realiza-se na minha aldeia a festa em honra de Nossa Senhora dos Milagres. 


É sempre uma festa em grande, onde reencontramos família, amigo e conhecidos. Para uns altura de cumprir promessas e renovar a fé e para (mim) outros 3 ou 4 noites de muita dança e copos.


Este ano diverti.me bastante e soube aproveitar bem apesar do trabalho acrescido que a festa provoca no meu trabalho. Foram quatro noites muito bem passadas, na melhor companhia. Noites que estavam ameaçadas pela chuva, mas por milagre só surgiu um por algumas vezes, sem estragar a festa. Segundo a minha irmã a Ti Mila (como carinhosamente é chamada pelo pessoal mais novo) é festeira e veio ao baile connosco. 

Quem também nos presenteou com a sua presença foi a LUA, vestida a rigor, majestosa e cintilante, num céu mágico pintado com nuvens. Passei a noite de domingo e segunda com um olho na festa e outro no céu. Não há palavras para explicar o que este céu me fez sentir e tenho pena de não ter uma máquina fotográfica boa para registar e guardar para sempre aquelas imagens. No entanto tirei umas para a posteridade, foi o melhor que se arranjou :)





Tudo isto para partilhar a minha alegria deste fim de semana. Acho que não me lembro de passar uma festa tão bem acompanhada, tão animada e com este céu maravilhoso.
Não sei como são as romarias na vossa terra mas a nossa é sempre com sabor a despedida. As férias acabam, o trabalho e as aulas recomeçam e a aldeia volta ao sossego. Entramos num inverno que volta a aquecer um pouco junto do madeiro e depois passamos a contar os dias para o verão. Verão marcado com o regresso dos emigrantes e outros eradenses que apesar de não morarem cá, não perdem as raízes e voltam sempre para descansar e dar um pouco de vida a aldeia.

Espero conseguir mais vezes falar da minha aldeia e das suas tradições. Confesso que não é fácil, pois os meus pensamentos são agridoces. É triste ver morrer uma aldeia aos poucos, a perder sentido comunitário e principalmente perder população jovem. As festas trazem sempre algum animo, mas depois da folia fica o vazio, a apatia e não é fácil contrariar. Eu vou tentando com o que posso e tenho gosto fazer... se podia fazer mais? Talvez! Mas como todos, tenho uma vida para viver e um pirata para cuidar...

E vocês, maravilharam-se também com esta super lua?
E também se divertem nas romarias? São mais para a dança ou para o convívio junto ao bar?
Eu sou viciada em rifas, confesso :)



Não vos chateio mais, só queria dizer olá, que estou de boa saúde e que manter um blogue activo durante o verão é muito complicado. Hoje deixo o registo da festa maior da minha aldeia e prometo que para o ano há mais!!


FIM